quinta-feira, 16 de abril de 2009

Terras do Triângulo mantêm valor


Demanda por áreas agrícolas caiu 40% em média após o início da crise mas as cotações se sustentam.


RODRIGO MOINHOS

As terras apropriadas para bovinocultura estão cotadas a R$ 3 mil por hectare no Triângulo Mineiro Mesmo com a crise econômica em curso, os preços das terras na região do Triângulo Mineiro não sofreram impacto, ainda que a demanda tenha registrado um desaquecimento médio de 40% na procura por estas áreas cultiváveis. Nas corretoras de imóveis que atuam no segmento rural regional, o preço médio do hectare no Triângulo apresenta variação entre R$ 3 mil para bovinocultura e R$ 15 mil quando o assunto é produção de cana ou grãos.

De acordo com o socioproprietário da Global Imóveis, localizada em Uberlândia, José Renato Gabaldo de Oliveira Grama, o valor das terras no Triângulo Mineiro continua estável, nos mesmos patamares anteriores à crise financeira internacional. "Antes, era comum um grande volume de paulistas que investiam nas terras da região, principalmente para a produção de cana. Hoje a demanda está 40% menor", afirmou.

Mesmo com a demanda menor, o preço médio do hectare se mantém em torno de R$ 7,8 mil e o empresário acredita que uma possível alta na procura por propriedades rurais só voltará a índices anteriores às turbulências assim que a crise no exterior seja estabilizada, avaliou. "Estamos em um período no qual os investidores estão segurando os aportes para aquisição de propriedades. Por isso, não acredito em valorização ainda este ano", destacou.

Segundo o proprietário da Corretora José Luis Imóveis, também em Uberlândia, José Luís de Lima, a redução na busca por imóveis agrícolas na região foi grande, principalmente quando comparada com a demanda por terras motivada pelo boom das usinas sucroalcooleiras no ano anterior. De acordo com ele, com a crise financeira e o menor número de investimentos, o desaquecimento na região chegou a 40%, afirmou.

Para Lima, o hectare para produção de cana-de-açúcar na região antes da crise variou entre R$ 5 mil e R$ 12 mil, de acordo com a propriedade. Agora, neste período que os recursos estão mais escassos, o preço médio do hectare está entre R$ 5 mil e R$ 6 mil, incluindo as benfeitorias da área, comparou. "Não acredito em valorização de terras neste momento", avaliou.

Estabilidade - O mercado se mantém estável e o empresário acredita em uma possível possibilidade de retomada na demanda, porém não nos moldes do crescimento reforçado pelo boom das sucroalcooleiras. "No Triângulo Mineiro as terras são bem valorizadas no mercado e, mesmo com a ação de muitos especuladores, o preço não está sofrendo influência para baixo neste período", afirmou Lima.

De acordo com Thiago Krossin, proprietário da corretora de mesmo nome localizada em Uberlândia, o número de imóveis à venda não sofreu oscilação brusca, juntamente com os preços, que foram mantidos por causa da crise financeira internacional. "Ainda assim, as terras, que antes eram destinadas à produção de cana-de-açúcar, hoje estão mais voltadas para a cultura de grãos ou pecuária", explicou.

Segundo Krossin, existem investidores aguardando o início do segundo semestre para fechar negócios na região, esperando uma possível redução nos preços. Mas, ainda assim, segundo ele a expectativa é que não deverá ocorrer reduções nos preços do hectare no Triângulo. O valor médio do hectare para culturas como café, soja e milho está em R$ 15 mil, mesma cotação registrada antes da crise.

Para ele, preços mais em conta só estão sendo encontrados por terras que estão sendo vendidas com urgência, para quitação de dívidas, salientou. No entanto, desde o boom das sucroalcooleiras os preços das terras para produção de cana-de-açúcar se mantém entre R$ 12 mil e R$ 15 mil por hectare. "As expectativas não são as melhores uma vez que os preços não estão baixando e todos estão esperando que o segundo semestre seja mais proveitoso", projetou.

Fonte: Diário do Comércio de Belo Horizonte

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